Roberta Stamato (Brasil, 1970) é fotógrafa e artista visual com mestrado pela Nuova Accademia di Belle Art, Milão, Itália, onde viveu nos últimos 3 anos.
Atualmente está baseada no Rio de Janeiro.
Roberta cria arte baseada em fotografia que refletem experimentação e questionamento. Seu caminho anda de mãos dadas com a ecologia e as fronteiras entre o que é eterno e o que muda. Ela usa a fotografia também para refletir sobre essa relação: durabilidade X desaparecimento.
robertastamato@gmail.com
https://www.instagram.com/rstamatophoto/
Sobre o projeto Memória Genética
Memória genética
O que herdamos de nossos antepassados?
Histórias não contadas sobre minha família me levaram a fazer uma análise do meu DNA. Como 39% de meus genes são italianos, fui para o sul da Itália, de onde eram meus ancestrais, até imigrarem para o Brasil. Eu queria conhecer e sentir os lugares pelos quais eles haviam passado e logo suas memórias se tornaram tangíveis; um emaranhado de de raízes interconectadas em diferentes dimensões espaciais e temporais, memórias que contribuíram para que eu me tornasse a pessoa que sou hoje.
A teoria genética defende a ideia de que certas memórias, inteligência ou comportamento, podem ser herdados por meio de mecanismos genéticos ou epigenéticos. Ela envolve o armazenamento e a transmissão de informações no DNA de um organismo.
Optei por usar o organismo Physarium Polycephalum, também conhecido como Blob, como um agente de interferência e transformação de retratos fotográficos de meus antepassados, para dar nova vida a eles. Além disso, essa criatura praticamente imortal não tem cérebro, mas pode aprender e compartilhar seu conhecimento com outros Blobs. Isso se levanta a seguinte questão:
Se o Blob unicelular e sem cérebro pode armazenar e transmitir conhecimento, será que nós também podemos carregar memórias, inteligência e comportamentos em nossas células?
Roberta Stamato